sábado, 11 de abril de 2009


Violões que choram... Ah! plangentes violões dormente

mornos, Soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos

Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo

Noites de solidão, noites remotas que nos azuis da Fantasia bordo

Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua, Anseio dos momentos mais saudosos

Quando lá choram na deserta rua As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando

Quando os sons dos violões nas cordas gemem E vão dilacerando e deliciando

Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram

Dedos nervosos e ágeis que percorrem Cordas e um mundo de dolências

geram Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

E sons soturnos, suspiradas mágoas, Mágoas amargas e melancolias

No sussurro monótono das águas, Noturnamente

entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias

dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos

vivas vãs vulcanizadas.

Tudo nas cordas dos violões ecoa E vibra e se contorce no ar

convulso... Tudo na noite, tudo clama e voa

Sob a febril agitação de um pulso.

Que esses violões nevoentos e tristonhos

São ilhas de degredo atroz, funéreo, Para onde vão

fatigadas do sonho

Almas que se abismaram no mistério.



  1. (cruz e sousa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário